Assando na chama da Comgás

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Mercado de Montevidéo-Uruguai

Pelo que li ontem nos cadernos de comida dos jornais de São Paulo a lenha esta com os dias contados. Cada vez mais se pode perceber que pedaços de pau e carvão triscando roupas brancas alvissímas não tem combinado com as cozinhas que cada vez mais se parecem com laboratórios. Como quase tudo já chega porcionado, embaladado e limpo, mexer com lenha é um mico, novesfora que controlar a temperatura do fogo a lenha para esta turma de novos cozinheiros que nunca acendeu uma fogueira deve ser um problema, principalmente porque o cliente não percebe a diferença entre gás, forno elétrico e lenha. Grande parte dos fornos das pizzarias já são a gás, a lenha que aparece dentro do forno é só figuração.

A carne que se come hoje em São Paulo é igual em todos os lugares. Todas são maturadas, chegam em envelopes de plástico com sangue, são macias mas não tem gosto. O que da um pouco de gosto é exatamente a fumaça que vem da brasa do carvão ou da lenha. Fico imaginando estas carnes de boi confinado, injetados com anabolizantes e amaciantes assados na chama azul do gás da Comgás.

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