O Tamanduateà e o Hudson
Vale a pena tirar uma linha no artigo que o Gilberto Dimenstein escreveu para a Folha no domingo. Ele foi visitar em Nova Iorque o High Line e ficou deslumbrado com o viaduto que foi recuperado. De lá, ficou imaginando alguma coisa parecida com o nosso Minhocão. “Os moradores das proximidades voluntariamente cuidam das flores e das árvores….Imagine o nosso minhocão sem carros, tomado por jardins, surgindo uma floresta nesta cicatriz da cidade de São Paulo”. Fico imaginando mesmo Dimenstein, seria uma maravilha mas, a cidade nunca esteve tão decadente, abandonada, aporcalhada, com remendos e obras de quinta categoria. Pior, não se ouve um pio de nenhum arquiteto ou urbanista saindo em defesa da cidade. Até hoje a engenharia não conseguiu fazer as duas calçadinhas que dividem a pista da Faria Lima se encontrarem em frente a estação do Metro no Largo da Batata porque as pistas acabaram com um desnÃvel de um metro.
Olha só a bananeira que plantaram e que belo canteirinho fizeram na Praça Dom José Gaspar, sem falar nas calçadas do centro. Fala a verdade estamos bem de projeto paisagistico, não? Dá só uma olhada na proteção de ferro feita especialmente para proteger as árvores da cidade e veja se da para imaginar velhinhos cuidadosos de regador na mão aguando a floresta que voce esta imaginando em cima do Minhocão. Outra coisa: antes de criar esta floresta em cima do Minhocão não seria interessante deixar o esgoto da Barra Funda 100% tratado? O Rio Tamanduateà despoluido? Porque nunca sonhamos o básico? Dimesntein, aproveite sua estada em Nova Iorque e veja se voce encontra alguma garrafa boiando no Rio Hudson.
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